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domingo, 23 de outubro de 2011

Barco



Barco, que navegas em águas que jamais te mostram a cor da areia,
que insistem em não permitir-te conhecer o quão profundo,
incerto e mortal, será o teu mergulho.
Barco que navegas sem bússola, amparado por frágeis velas,
que temem até mesmo a brisa, por terem conhecido
somente a tempestade.
Barco que com  velas desfraldadas, 
deslizas errante sobre as noturnas águas da existência vazia,
de escuras auroras.
Que teus olhos profundos possam, ainda, contemplar
uma ilha, onde exista o sol,
onde existam praias de águas cristalinas,
cujas areias possam ser alcançadas 
por tuas retinas cansadas da escuridão do mar navegado
por infindáveis noites, onde tinhas como companheiro,
tão somente o véu negro que descia de um céu
sem estrelas, invadindo abruptamente as mais
profundas cavidades de uma alma em busca de paz.
Barco, que vejas nesta ilha, em cada por do sol,
o embarque das tristezas no amarelão luminoso
dos raios que se escondem atrás dos montes, 
e que te lembres neste instante que cada dia
é um dia, que cada sol, é um sol,
e que o sol que nascerá amanhã, não trará
consigo as angústias que o sol de hoje
carregou em seus raios.
Barco, que a chegada da noite, seja serena e bonita,
que as estrelas brilhem infinitamente,
impedindo que se apague a luz do
infindável amor que habitará em teu ser.
Que encontres na ilha, o teu porto seguro,
e que a luz de tua alma ilumine o caminho
de outro barco sem rumo,
que em noites escuras, de tão pura amargura,
precisar de um porto para o barco ancorar.
E virão outros barcos, e virão muitos barcos,
e serás conhecido, por todos os navegantes como:
"Farol dos Errantes", como:
"Ilha do Sol".

Autoria: Idenilse Aparecida


Um comentário:

  1. Nilse,

    Nós somos os barcos que navegamos pela vida, indefinidamente. Tantos são os portos, tantos são os lugares, mas sempre nos mantemos , firmes. Por vezes há tempestades, imprevistos;outras vezes, calmaria,felicidade. O bom disso é que sempre reencontramos outros navegantes também: amigos, família, pessoas que povoam nossa vida, que habitam nossa história.

    Que Deus possa mantê-la sempre querida por todos.

    Abraços,

    Aureliano.

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